Hipersensibilidade auditiva na infância: quando ouvir se torna um desconforto

Entenda as causas, os sintomas, as abordagens fonoaudiológicas no diagnóstico e tratamento da Hipersensibilidade auditiva na infância.

hipersensibilidade auditiva A infância é um período de descobertas sensoriais intensas, onde as crianças exploram o mundo ao seu redor através de todos os sentidos. No entanto, para algumas delas, a experiência auditiva pode ser marcada por desconforto e reações exacerbadas a certos sons, uma condição conhecida como hipersensibilidade auditiva. Apesar de ocorrer em todas as idades, estima-se que entre 3% e 8% das crianças possam apresentar algum grau de sensibilidade auditiva anormal. Esses números podem variar dependendo da população estudada e das definições específicas usadas para diagnosticar a condição. É mais comum em crianças com transtornos do espectro autista ou outras condições neurológicas.

A Hipersensibilidade auditiva na infância, também chamada de

hiperacusia infantil

, é caracterizada por uma percepção auditiva anormalmente sensível, onde sons que são considerados normais ou baixos para a maioria das pessoas são percebidos como intensos e até dolorosos. Na infância, essa condição pode ser desencadeada por diversos fatores, os principais são distúrbios neurológicos e transtornos do neurodesenvolvimento. Crianças com condições como autismo, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e paralisia cerebral são mais suscetíveis à hipersensibilidade auditiva. Nesses casos, a condição pode estar associada a alterações no processamento sensorial.

Embora menos comum em crianças, a exposição repetida a sons muito altos pode levar ao desenvolvimento de uma sensibilidade auditiva aumentada. No entanto, essa causa é mais frequentemente observada em adultos. Infecções de ouvido recorrentes, otites médias e outras condições que afetam o ouvido médio e interno podem, em alguns casos, predispor a criança à hiperacusia. Existe também a possibilidade de predisposição genética, onde a hipersensibilidade auditiva é mais comum em famílias com histórico de problemas auditivos ou neurológicos.

Sintomas de Hipersensibilidade Auditiva na Infância Identificar a

hipersensibilidade auditiva em crianças

pode ser desafiador, uma vez que os sintomas podem variar amplamente de acordo com a idade e o desenvolvimento da criança. Pacientes com hiperacusia podem reagir de forma exagerada a sons do dia a dia, como o ruído de um aspirador de pó, o barulho de uma campainha ou até mesmo o som de vozes ou da televisão em volume normal.

Muitas vezes, a criança pode tentar evitar certas situações ou ambientes onde sabe que encontrará sons desconfortáveis. Isso pode incluir recusar-se a participar de atividades em grupo, evitar certos brinquedos barulhentos ou cobrir os ouvidos frequentemente. Isso, obviamente, pode levar o indivíduo a evitar a escola, as brincadeiras com os colegas e frequentar ambientes como festas infantis, o que causa isolamento.

Muitas vezes, a criança pode tentar evitar certas situações ou ambientes onde sabe que encontrará sons desconfortáveis. Isso pode incluir recusar-se a participar de atividades em grupo, evitar certos brinquedos barulhentos ou cobrir os ouvidos frequentemente. Isso, obviamente, pode levar o indivíduo a evitar a escola, as brincadeiras com os colegas e frequentar ambientes como festas infantis, o que causa isolamento.

Em situações em que o ambiente é barulhento, a criança pode ter dificuldades para se concentrar, o que pode impactar negativamente no aprendizado e no desempenho escolar como um todo, atrasando o desenvolvimento cognitivo, especialmente na fase escolar.

Diagnóstico da hipersensibilidade auditiva O diagnóstico da hipersensibilidade auditiva em crianças envolve uma abordagem multidisciplinar, com o fonoaudiólogo desempenhando um papel central. O processo diagnóstico inclui:

História clínica detalhada: A avaliação começa com a coleta de uma história clínica detalhada, que abrange o desenvolvimento auditivo da criança, possíveis exposições a sons intensos, e qualquer histórico de problemas auditivos ou neurológicos na família.

Avaliação auditiva: Testes auditivos específicos, como audiometria tonal, são utilizados para avaliar a sensibilidade auditiva da criança. Embora a audiometria seja um exame padrão para avaliar a audição, no caso da hipersensibilidade auditiva, são necessários testes adicionais que meçam a reação da criança a diferentes níveis de intensidade sonora.

Teste de limiar de desconforto: É realizado utilizando tons puros de várias frequências, onde a intensidade do som é aumentada gradualmente até que a criança relate desconforto. É especialmente útil para determinar o ponto exato em que o som deixa de ser tolerável, ajudando a estabelecer o grau de hipersensibilidade auditiva.

BERA: Avalia as respostas do tronco encefálico aos estímulos sonoros. Ele mede a condução do som desde a orelha até o cérebro e pode ajudar no diagnóstico das hipersensibilidades auditivas.

Avaliação do comportamento: Além dos testes auditivos, a observação do comportamento da criança em diferentes ambientes sonoros é crucial para confirmar o diagnóstico. A interação da criança com sons de diferentes frequências e intensidades é avaliada para identificar padrões de desconforto ou evasão.

Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames complementares, como a ressonância magnética, para descartar condições neurológicas subjacentes.

Tratamento para a hipersensibilidade auditiva O tratamento da hipersensibilidade auditiva na infância é personalizado e depende da gravidade dos sintomas e das causas subjacentes. A fonoaudiologia oferece várias abordagens terapêuticas para ajudar a criança a lidar com essa condição. A chamada dessensibilização gradual é uma técnica terapêutica eficaz para ajudar a criança a se acostumar aos sons que provocam desconforto. Através de exposições controladas e progressivas a esses sons, o cérebro da criança aprende a rebaixar a sensibilidade auditiva.

Em alguns casos, a integração sensorial é uma abordagem que ajuda a criança a processar melhor as informações sensoriais, incluindo os estímulos auditivos. Essa técnica é especialmente útil para crianças com transtornos do neurodesenvolvimento, como TEA.

O uso de dispositivos auditivos podem auxiliar no tratamento da hiperacusia, pois esses dispositivos modificam a percepção sonora, como geradores de ruído branco e são recomendados para reduzir o impacto dos sons desconfortáveis. A chave está na forma como esses aparelhos são programados e utilizados para ajudar a dessensibilizar o sistema auditivo ao longo do tempo. Essa abordagem permite que o sistema auditivo se ajuste lentamente a diferentes níveis de som, reduzindo a hipersensibilidade.

Vale lembrar que a hipersensibilidade auditiva pode causar ansiedade e estresse significativo, tanto para a criança quanto para a família. O apoio psicossocial, incluindo terapia familiar, pode ser essencial para ajudar todos a lidar com os desafios da condição. Educar os pais e cuidadores sobre a condição é fundamental. Eles devem ser orientados sobre como criar um ambiente auditivo confortável para a criança e como lidar com as situações que provocam desconforto.

A hipersensibilidade auditiva na infância é uma condição que pode afetar significativamente o bem-estar e o desenvolvimento da criança. No entanto, com um diagnóstico adequado e um plano de tratamento multidisciplinar bem estruturado, a criança pode aprender a gerenciar os sintomas e levar uma vida normal e produtiva. Procure o apoio de um fonoaudiólogo.
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