Zumbido, Misofonia e Hiperacusia: quais as diferenças e como tratar?

Zumbido, misofonia e hiperacusia são condições que podem trazer desconforto e impactos negativos na qualidade de vida. Saiba diferenciar e conheça como diagnosticar e tratar esses sintomas.

zumbido misofonia hiperacusia Zumbido, misofonia e hiperacusia são três condições auditivas distintas, mas que podem estar relacionadas. O primeiro é uma percepção auditiva de som que não têm origem externa, já a misofonia é uma reação emocional desproporcional a sons específicos e a hiperacusia é uma sensibilidade aumentada a sons comuns. Essas condições podem afetar significativamente a qualidade de vida das pessoas, causando ansiedade, estresse e impactando na capacidade de se concentrar e realizar atividades diárias.

Ainda há muito a ser descoberto sobre essas condições, mas os avanços na fonoaudiologia e na neurociência têm permitido compreender melhor essas condições e desenvolver tratamentos eficazes para aliviar os sintomas.

O zumbido é uma condição comum, afetando cerca de 15% da população mundial. Pode ser temporário ou crônico e pode ter várias causas, incluindo problemas auditivos, estresse, uso excessivo de fones de ouvido, exposição a ruídos e certos medicamentos. Alguns estudos sugerem que o zumbido crônico pode estar relacionado a fatores psicológicos, como ansiedade e depressão.

Ainda não há cura conhecida para o zumbido, mas tratamentos como terapia sonora para zumbido, terapia cognitivo-comportamental e mudanças nos hábitos do indivíduo, como alimentação e sono, podem ajudar a aliviar os sintomas.

Já a misofonia é uma condição rara que se caracteriza por uma reação emocional desproporcional a sons específicos, como o som de alguém mastigando ou escrevendo. Estima-se que cerca de 5% da população tenha essa condição, mas esse número pode ser subestimado, pois muitas pessoas podem não saber que têm misofonia. A causa exata da misofonia ainda é desconhecida, mas pode estar relacionada ao cérebro e aos mecanismos de processamento auditivo. Em geral, o tratamento inclui terapias comportamentais, como a terapia de exposição e a terapia cognitivo-comportamental.

A hiperacusia é uma sensibilidade aumentada a sons comuns, geralmente causada por danos nos ouvidos. Estima-se que cerca de 1 em cada 50 adultos tenha hiperacusia. Pode ser temporário ou permanente e pode afetar a qualidade de vida das pessoas, causando ansiedade e estresse. Alguns estudos apontam que a exposição prolongada a níveis altos de ruído pode ser uma das principais causas da hiperacusia.  O tratamento inclui terapia sonora e medicamentos.

Diagnóstico e tratamento do zumbido misofonia hiperacusia Embora as três condições sejam diferentes, elas podem estar relacionadas e afetar a qualidade de vida das pessoas. Os tratamentos para o zumbido no ouvido variam de acordo com a causa do problema. Se a causa do zumbido for uma condição médica subjacente, como perda auditiva ou problemas relacionados com condições metabólicas ou cardiovasculares, por exemplo, é importante tratar essas doenças com o médico, pois isso irá aliviar o zumbido. Por isso, quase sempre, o tratamento desses distúrbios é multidisciplinar e pode envolver vários profissionais de diferentes especialidades da área da saúde.

Alguns dos tratamentos possíveis são:

Terapia sonora ou terapia com gerador de som: envolve o uso de sons e música para ajudar a mascarar ou suprimir o zumbido. Isso pode incluir o uso do ruído branco que é reproduzido para “ distrair” o cérebro em relação ao zumbido. Assim, o cérebro é treinado para “acostumar-se” com o zumbido.

Terapia cognitivo-comportamental: A terapia cognitivo-comportamental pode ajudar as pessoas a lidar com o estresse e a ansiedade relacionadas ao zumbido. Além disso, ajuda a lidar com questões comportamentais, como distúrbios do sono ou de alimentação.

Suplementos alimentares: Alguns suplementos, como magnésio e zinco, podem ajudar a aliviar os sintomas do zumbido. Eles devem ser prescritos pelo médico, em conjunto com uma dieta balanceada.

Vale lembrar que assim como o zumbido, a misofonia e hiperacusia são sintomas de que algo não está bem no organismo. Eles podem ser a manifestação inicial de diversas doenças otológicas ou aparecer durante o curso de outras doenças. O diagnóstico e o tratamento dessas doenças podem levar à cura ou melhora do zumbido. Por isso, é essencial uma abordagem que investigue toda a história clínica do paciente.

É importante notar que nem todos os tratamentos funcionam para todas as pessoas, e que é essencial trabalhar com um especialista no assunto para encontrar o melhor tratamento para cada caso.

Alguns dos exames mais utilizados para diagnosticar essas condições são:

Audiometria: é um teste que avalia a capacidade auditiva de uma pessoa, é importante para identificar problemas auditivos subjacentes e avaliar a extensão da perda auditiva. Sempre recomendado realizar audiometria de altas frequências (de 250Hz a 16.000Hz) para avaliar toda a faixa de audição. Sempre acompanhada de Imitanciometria.

Acufenometria: mede a intensidade do som percebido pelo paciente com zumbido no ouvido. É utilizado para avaliar a gravidade do zumbido e monitorar a resposta ao tratamento.

Pesquisa do Limiar de Desconforto: mede a área dinâmica da audição. Busca saber se o limiar de desconforto do paciente é menor que o esperado. Medir o limiar de desconforto é essencial para avaliação de hiperacusia.

Tomografia computadorizada ou ressonância magnética: Estes exames podem ajudar a identificar problemas no ouvido interno ou no cérebro que possam estar causando o zumbido. Normalmente são solicitados quando há uma assimetria nos limiares auditivos entre as orelhas.

O exame de emissões otoacústicas é um exame objetivo que avalia o funcionamento da orelha interna. É indicado como avaliação complementar da avaliação audiológica.

Exame Otoneurológico: É um conjunto de testes para avaliar a função vestibular, que pode ajudar a identificar problemas no equilíbrio e no sistema vestibular. Muitas vezes solicitado para paciente com queixa de zumbido.

Recentemente uma pesquisa discorreu sobre o peso do zumbido e do seu tratamento, sobre a importância de nós, profissionais da saúde, nos atentarmos sobre o esforço que os pacientes fazem para lidar com o problema.

O setor de saúde possui muitas opções e tecnologias que podem ser usadas para amenizar os sintomas de zumbido, misofonia e hiperacusia. Como cada paciente possui uma condição clínica única, é essencial realizar um diagnóstico detalhado e buscar a melhor solução para cada caso. Ninguém precisa conviver com o problema, busque ajuda especializada.
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