10 cuidados com a audição para um envelhecimento saudável
A capacidade auditiva é fundamental para a interação humana, o desenvolvimento cognitivo e a qualidade de vida. Quando ocorre perda auditiva, não apenas a capacidade de ouvir é afetada, mas também diversos aspectos da saúde mental podem ser impactados. Compreender a conexão entre a perda da audição e a saúde mental é crucial para prevenir e tratar esses problemas de maneira eficaz.
A perda auditiva pode levar a uma série de desafios psicossociais. Indivíduos que experimentam dificuldades para ouvir podem se sentir isolados, com baixa autoestima e ansiedade social. A comunicação se torna um desafio, levando a problemas de relacionamento, tanto pessoal quanto profissionalmente. Esses fatores podem resultar em depressão e até mesmo em sentimentos de solidão, afetando significativamente a saúde mental. Aos poucos, a falta de estímulos e de contato com o mundo vai impactando muitas das funções cerebrais.
Consequências Cognitivas e Emocionais Além dos desafios sociais, a perda auditiva tem implicações cognitivas e emocionais. Uma pesquisa publicada na revista Jama (Journal of the American Medical Association, por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (EUA), mostrou que a prevalência da demência é maior quanto maior for o grau de perda auditiva, chegando a 16,52% com perda de audição severa em idosos acima de 70 anos.
Isso ocorre, pois a falta de estimulação auditiva adequada pode levar a mudanças no cérebro, contribuindo para problemas de atenção, memória, concentração e, em muitos casos, podendo acelerar o processo de demência em estágios mais avançados.
Em muitos casos, a perda auditiva vem acompanhada de zumbido constante, o que pode impactar no sono, levar a dificuldades emocionais, como ansiedade e depressão. Outros impactos da perda auditiva estão relacionados a desconforto aos sons mais intensos, limitando a participação em encontros sociais em lugares como bares e festas. Ou ainda o esforço de escuta, que além de provocar um cansaço mental no final do dia devido a dificuldade de compreensão de fala, pode afetar negativamente a memória e atenção.
A relação entre perda auditiva e saúde mental muitas vezes cria um ciclo negativo. Esses problemas emocionais podem agravar a percepção do zumbido criando um ciclo que prejudica ainda mais a saúde mental e a capacidade de lidar com a condição auditiva.
Quais as estratégias de prevenção? Um outro estudo publicado na conceituada revista Lancet (2017) demonstra que a perda auditiva é uma das poucas causas modificáveis dentre as capazes de prevenir e intervir no processo da evolução da demência, quando reabilitada correta e precocemente.Portanto, o primeiro passo para cuidar de você é realizar exames auditivos regulares para identificar precocemente qualquer perda auditiva.
Pouca gente sabe, mas visitas periódicas a um fonoaudiólogo especialista em audição podem ajudar a detectar problemas auditivos em estágios iniciais, permitindo a intervenção precoce e a adoção de estratégias para preservar a audição. E isso não vale apenas para idosos, mas também se aplica a adultos e crianças, evitando uma série de problemas. É exatamente como visitar o oftalmologista de tempos em tempos para chegar a visão. A regra é a mesma para o caso da audição.
A exposição a ruídos intensos é uma das principais causas de perda auditiva. Por isso utilizar equipamentos de proteção auditiva, como protetores auriculares, em ambientes barulhentos, seja no trabalho ou no lazer, é essencial para prevenir danos auditivos. Cuidado com o uso excessivo de fones de ouvido.
Manter um estilo de vida saudável também pode contribuir significativamente para a prevenção da perda auditiva e para a saúde mental. Uma dieta balanceada, prática regular de exercícios físicos e evitar o tabagismo podem ajudar na preservação da saúde geral, incluindo a saúde auditiva.
O mais importante é sempre que notar o menor sinal de perda auditiva a pessoa busque ajuda profissional. Um fonoaudiólogo especialista em saúde auditiva pode oferecer orientação adequada, realizar exames complementares e oferecer opções de tratamento e estratégias de comunicação que ajudem a minimizar os impactos psicológicos da perda auditiva, muitas vezes evitando problemas cognitivos futuros ou reduzindo seus impactos na vida do paciente.
Avanços tecnológicos, como aparelhos auditivos e implantes cocleares, têm revolucionado a maneira como lidamos com a perda auditiva. Esses dispositivos ajudam a melhorar a capacidade auditiva, facilitando a comunicação e reduzindo os efeitos negativos na saúde mental. Existem diversos modelos no mercado, que podem incluir tecnologias como bluetooth, ajustes remotos e conectividade com celulares, por exemplo. Esses dispositivos colaboram de modo eficaz para ajudar na inclusão do paciente com perda auditiva. Com o uso correto dos aparelhos auditivos, é possível ter uma vida sem tantos desafios diários e mais leveza.
O cuidado com a saúde deve sempre incluir a audição. Esse sentido é essencial para nosso bem estar físico e psicossocial, em todas as idades. A relação entre perda auditiva e saúde mental é complexa e multifacetada. Compreender essa conexão é crucial para a prevenção e o tratamento adequado desses problemas. A prevenção da perda auditiva por meio de exames regulares, como a audiometria, proteção auditiva e um estilo de vida saudável pode fazer a diferença na qualidade de vida e no bem-estar emocional de indivíduos afetados pela perda auditiva.
A conscientização sobre a importância da saúde auditiva e seu impacto na saúde mental é essencial para promover uma sociedade mais inclusiva e saudável. Investir em medidas preventivas e estratégias de apoio pode fazer a diferença significativa na vida das pessoas afetadas pela perda auditiva, melhorando sua qualidade de vida e bem-estar emocional em todas as fases da vida.
