10 cuidados com a audição para um envelhecimento saudável
A audiometria de altas frequências (AAF) é um exame que avalia os limiares auditivos na faixa de 9 kHz a 16 kHz, frequências que uma audiometria convencional não é capaz de testar. O que isso significa? O procedimento permite identificar as menores alterações auditivas antes que aconteça a perda auditiva na faixa de frequências convencionalmente avaliadas.
Enquanto a audiometria convencional avalia apenas parte da audição do paciente e a capacidade para ouvir e interpretar sons, com a audiometria em altas frequências é possível avaliar a quantidade de audição do paciente em toda a faixa de frequências agudas que o ouvido é capaz de detectar.
Entender como nosso ouvido capta as altas frequências é importante pois elas são responsáveis por decodificar os sinais da fala. Elas são as grandes responsáveis por entendermos os sons consonantais, por exemplo. Em geral, pessoas com déficit auditivo de alta frequência apresentam maior dificuldade em entender a fala em ambientes ruidosos ou com muitas pessoas falando ao mesmo tempo, como em uma festa ou na sala de aula.
A audiometria de altas frequências é muito utilizada em casos de pacientes que apresentam dificuldade de aprendizado, são expostos a ruído no ambiente de trabalho ou fazem uso de medicações ototóxicas, com alguns antibióticos. Pacientes em quimioterapia ou com insuficiência renal também podem ter alterações de altas frequências. Ele também é um exame essencial em casos em que o paciente se queixa de zumbido.
O que é a audiometria de altas frequências? Antes de mais nada, é importante entender que existe uma alteração da audição em altas frequências ocasionada pela idade. Justamente por isso, profissionais da área utilizam critérios baseados na idade do paciente no momento de interpretar os resultados.
A audiometria de altas frequências é realizada dentro de uma sala acústica e é indolor, sempre realizada como complemento da audiometria tonal convencional. O tempo de avaliação é em torno de 30 minutos e não é preciso nenhum tipo de preparo.
O exame é feito pelo profissional fonoaudiólogo utilizando um audiômetro específico, com fones de alta frequência. Esse exame também pode ser realizado juntamente com a acufenometria, essencial para avaliar casos específicos, como zumbido bem agudos.
Ao contrário da audiometria convencional, este exame não determina o grau de perda auditiva, mas ajuda em dados como simetria entre os limiares das duas orelhas, limiar fora da normalidade com presença de zumbido e monitorar alterações em pacientes que estão sob diversos tipos de tratamento. Isso ajuda a identificar possíveis danos ao sistema auditivo que possam ocasionar ou agravar a perda auditiva.
Por exemplo, pacientes com câncer em tratamento com cisplatina (uma droga considerada ototóxica dependendo da dosagem), assim como pacientes em tratamento de insuficiência renal demonstraram piora na audição de altas frequências de forma pontual e progressiva.
Isso é importante pois direciona a conduta do tratamento, alterando a dosagem e administração dos medicamentos ou substituindo-os por drogas menos tóxicas evitando assim danos à audição. Por isso, é importante que pacientes façam uma audiometria antes do tratamento, que servirá como base comparativa para os exames posteriores.
O mesmo vale para casos de perda auditiva ocupacional, o que é bastante comum em pessoas que trabalham em ambientes ruidosos ou que não utilizam EPI adequado ou ainda aqueles expostos a agentes químicos que afetam a audição
A audiometria de altas frequências é um bom método de investigação clínica, podendo complementar o protocolo de investigação audiológica inicial como nos casos expostos acima. Para isso, é importante associar a audiometria de altas frequências com teste de emissões otoacústicas transitórias (EOAT) e produto de distorção (EOAPD).
O exame de audiometria em altas frequências é importante para pacientes em tratamento de diversas doenças, expostos a ruído ou ainda aqueles que identificam algum sinal de zumbido no ouvido ou dificuldade de entender os sons e fala. Diversos estudos já comprovam a presença de perda auditiva auditiva em altas frequências em pacientes com audiometria dentro da normalidade (até 8KHz) e queixa de zumbido. É fundamental que o acompanhamento audiológico seja constante, o que permite identificar e tratar qualquer alteração em seu estágio inicial, evitando danos graves na capacidade auditiva.
Ao perceber zumbido ou dificuldade para ouvir faça uma avaliação audiológica completa.
