O que é perda auditiva leve e quais seus impactos para a saúde?

Apesar do nome, a perda auditiva leve requer acompanhamento e tratamento adequados para não prejudicar o paciente

perda leve Sabe aquela sensação de ouvir abafado, de não entender determinadas frases ou um filme na tevê. Pois é, isso pode ser sinal de perda auditiva leve. Por conta de seus sintomas sutis, muita gente não dá importância para o problema, levando a prejuízos de longo prazo na qualidade de vida e desempenho cognitivo.

Toda perda auditiva é classificada em graus: leve, moderada, severa e profunda. No caso de grau leve, não é possível detectar sons abaixo de 20dB. Isso quer dizer que ouvir estímulos do cotidiano pode se tornar verdadeiro desafio. Sons como o canto distante de um pássaro, o barulho do vento, passos ou sussurros se tornam inaudíveis.

Quem tem não ouve bem costuma relatar que escuta, mas não entende as palavras durante uma conversa, especialmente se houver muito ruído de fundo, como em uma festa ou reunião. Muitas vezes, insiste em pedir que as pessoas repitam o que disseram. Pacientes com perda auditiva leve apresentam dificuldades para ouvir consoantes mais suaves como f, s, v ou t. Normalmente, têm o hábito de assistir televisão ou ouvir rádio em volume um pouco mais alto do que o normal.

O diagnóstico é feito por meio de uma avaliação audiológica completa. Na audiometria o paciente usa fones de ouvido para que os sons sejam direcionados em um ouvido de cada vez, em diferentes volumes. O exame é indolor e é realizado em uma sala acústica. Além da audiometria tonal é essencial realizar a logoaudiometria e a imitanciometria. O laudo audiológico não é baseado somente no grau, mas também em outras informações sobre a perda auditiva, como, tipo, configuração e simetria da audição.

Não é incomum que ao receber o diagnóstico de perda auditiva leve, os pacientes perguntem: “Mas como, se eu ouço tão bem?”. O espanto é normal, já que os danos à audição costumam ser graduais, o que leva a pessoa a demorar um pouco para perceber o problema.

Em muitos casos, a perda auditiva leve pode vir acompanhada de zumbido e, no caso de jovens e crianças, também de problemas relacionados ao aprendizado. Sendo assim, a avaliação do processamento auditivo central também pode ser indicada. Em geral, são pacientes com queixas de compreensão de fala no ruído, de baixo desempenho escolar e dificuldade para aprender novas línguas ou a tocar instrumentos musicais.

Estudos já demonstram que o esforço auditivo pode provocar fadiga e cansaço físico no final do dia, afetando diretamente o desempenho de adultos e crianças em idade escolar, independente do grau da perda auditiva, até mesmo nos casos de perda auditiva unilateral.

Para quem tem perda auditiva de grau leve, o esforço de escuta pode passar despercebido. Mas é como se o cérebro precisasse trabalhar duas vezes mais do que o necessário para compensar a falta de intensidade dos sons provocados pela perda auditiva. Isso acontece porque mesmo no grau leve, o cérebro precisa preencher as letras e sons que o ouvido não consegue captar.

Mas o que fazer ao receber um diagnóstico de perda auditiva leve? É fundamental tratar a perda auditiva leve tão logo ela seja identificada. Com os estudos atuais já sabemos que não se deve mais esperar para reabilitar a audição independente do grau da perda. Isso porque, quando a perda auditiva não é tratada por muito tempo, ela afeta diferentes aspectos da vida cotidiana, causando, até mesmo, outros problemas de saúde.

Diversos estudos já conseguiram comprovar que a perda auditiva não reabilitada pode afetar as habilidades cognitivas como memória e atenção. Um estudo importante da revista Lancet, em 2020, descreveu que a perda auditiva é um dos principais fatores de risco para a evolução da demência. Pessoas com perda auditiva apresentam declínio cognitivo de 30 a 40% maior do que pessoas com audição normal. Neste mesmo estudo os pesquisadores demonstram que o uso de prótese auditiva, tão logo a perda seja detectada, é essencial para minimizar este declínio.

Como o cérebro não recebe a informação sonora corretamente, a privação prolongada de sinais auditivos pode levar a efeitos negativos nas habilidades cognitivas, do equilíbrio e da memória, além de afetar emocionalmente quem não escuta bem levando a quadros de depressão e isolamento. Sem conseguir ouvir direito, muitas pessoas acabam ficando mais reclusas, deixando de participar de encontros com a família e amigos, prejudicando sua qualidade de vida e impactando de forma negativa no envelhecimento.

Por isso, tratar a perda auditiva em seus graus iniciais é essencial.

Apesar do tratamento depender da causa e gravidade da surdez, o método mais indicado costuma ser a adaptação de aparelhos auditivos, que serão indicados pelo fonoaudiólogo, após o diagnóstico médico da perda auditiva. Hoje, já existem várias opções no mercado, capazes de atender todo tipo de perda auditiva e com alta tecnologia e muito conforto. Com o uso desses dispositivos, há uma melhora da autoestima, da compreensão do mundo e da socialização.

Vale lembrar que a perda auditiva leve tem uma variedade de causas. Entre elas, estão:  envelhecimento, acúmulo de cera no ouvido, uso de medicamentos ototóxicos, infecções de ouvido, ou até mesmo genética.  Justamente por isso é fundamental realizar um acompanhamento multidisciplinar, com médico e fonoaudiólogo, para detectar a causa da perda auditiva e direcionar tratamento mais indicado.

A perda auditiva leve pode trazer consequências negativas à vida de uma pessoa. Apesar de parecer não trazer grandes prejuízos no curto prazo, a condição pode evoluir e impactar de forma negativa a carreira, a vida social e o aprendizado. Ao menor sinal de dificuldade auditiva, deve-se procurar um especialista e realizar os exames indicados.

Procure ajuda e realize exames periódicos para cuidar da sua audição.

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