10 cuidados com a audição para um envelhecimento saudável
Aquela famosa frase “eu escuto, mas não entendo o que as pessoas falam” pode indicar o início de uma perda auditiva. Isso acontece porque a fala é distribuída entre as frequências graves (sons grossos) e as frequências agudas (sons finos). Na maioria das vezes a perda auditiva é maior nas frequências agudas, permitindo que o paciente escute a fala, mas não entenda corretamente.
Sempre que tiver dificuldade para escutar ou entender a fala e o sons é importante realizar uma avaliação audiológica, com audiometria tonal e imitanciometria.
O que a audiometria vocal avalia? Na audiometria vocal avaliamos o desempenho do paciente para detectar e reconhecer sons da fala, em condições ideais. Durante o exame o paciente escuta uma lista de palavras, foneticamente equilibradas, para que repita cada uma delas.
Na FONOTOM, a logoaudiometria é realizada com material gravado, evitando assim que a pronúncia do avaliador interfira nas respostas do paciente. Neste exame avaliamos a discriminação para as palavras monossílabas e/ou dissílabas (índice de reconhecimento da fala – IRF) e identificamos a menor intensidade que o paciente entende a fala (limiar de reconhecimento de fala – LRF).
Para aqueles pacientes com perda auditiva de grau profundo que não são oralizados a logoaudiometria é realizada com a identificação do limiar de detecção de fala (LDF), neste exame o paciente não precisa repetir o que ouviu, apenas perceber o som da fala
Como é realizada a audiometria tonal? Realizado por fonoaudiólogos, em uma cabine ou sala acústica, avalia o mínimo de som que o paciente é capaz de escutar em diversas faixas de frequências. Esse exame pode identificar a presença de perda auditiva e orientar médicos e fonoaudiólogos quanto aos processos de intervenção, reabilitação auditiva e adaptação de próteses auditivas.
Na audiometria tonal avaliamos a quantidade de audição do paciente, em cada orelha, testando a audição para sons graves (grossos) e agudos (finos). O fonoaudiólogo apresenta um estímulo em cada frequência, reduzindo a intensidade, de forma a encontrar o som mais suave que o paciente é capaz de detectar.
A audiometria tonal convencional avalia a audição entre as frequências de 250Hz e 8.000Hz. O que já traz muita informação sobre como é a audição daquele paciente. Já a audiometria de altas frequências avalia a audição até. 16.000Hz.
Como o ouvido humano é capaz de detectar sons de 20Hz a 20.000Hz esse exame pode ser solicitado para indivíduos com queixa de zumbido que apresentam audição normal na audiometria convencional. Você pode saber mais sobre esse exame no artigo: Qual a importância do exame de audiometria em altas frequências e para que ele serve?
Você sabia que a audiometria tonal pode ser realizada por via aérea e por via óssea? A via óssea deve ser avaliada sempre que os limiares auditivos por via aérea estiverem fora da faixa de normalidade. Quando testamos a audiometria por via aérea estamos avaliando a audição com um som que entra pela orelha externa, passa pela orelha média (aquela parte que tem os ossículos do ouvido) e depois chega na orelha interna estimulando a cóclea. Já a avaliação por via óssea estimula diretamente a cóclea.
Algumas vezes é necessário testar das duas formas porque doenças como otite ou otosclerose, ou ainda má formação na orelha externa e média, podem apresentar melhor resposta por via óssea que por via aérea. A combinação desses dados, junto com a Imitanciometria, auxilia o médico a planejar a melhor forma de reabilitação auditiva para cada paciente.
Para crianças pequenas a audiometria também tem como objetivo identificar como é a audição em cada frequência. A diferença é a forma como é realizada a avaliação. Ao avaliar crianças o protocolo deve ser adaptado de forma personalizada, utilizando brinquedos e estímulos visuais para condicioná-las. Você consegue saber mais sobre como é feita a audiometria infantil neste texto que escrevemos: Avaliação audiológica infantil em campo ou com fones? Qual a diferença?
Como entender o resultado da audiometria tonal? Baseados no resultado da audiometria tonal que classificamos o grau, tipo e configuração da perda auditiva. De acordo com a classificação da OMS (2020) dividimos a audição em grau normal, leve, moderado, moderadamente severo, severo e profundo para crianças acima de 7 anos e adultos.
A compreensão da fala não depende apenas do grau da perda, mas também da sua configuração. Conhecer melhor como é a sua audição irá responder a pergunta do porque você escuta, mas não entende. E que nem sempre é distração.
Entenda o audiograma e os graus de perda auditiva
Neste gráfico, chamado de audiograma, a faixa cinza é chamada de banana da fala. Nela encontramos os sons da fala distribuídos por frequência e intensidade na língua portuguesa. É nesta faixa que a voz humana é escutada.
Podemos encontrar perda auditiva de grau leve a profundo. No audiograma, quanto mais para cima estão os limiares auditivos, melhor é a audição.
No entanto, é importante saber que não só o grau da perda interfere na compreensão de fala, mas também a configuração da curva audiométrica. É comum pacientes apresentarem audição melhor em frequências baixas e perda maior em frequências altas. Nestes casos o paciente pode escutar a voz, mas não entender e pode ser indicado o uso de aparelhos auditivos.
O mesmo raciocínio serve para sons ambientais. No gráfico vocês podem observar sons como canto dos pássaros, toque do telefone ou latido de cachorro. Um paciente com perda de grau severo ou profundo terá dificuldade não só para compreender a fala, mas também para ouvir a maior parte dos sons ao seu redor.
Lembre-se sempre de guardar os seus exames de audição. Eles são importantes para avaliarmos se houve uma mudança na sua audição ao longo do tempo. Além de ser muito importante na avaliação da reabilitação auditiva.
O exame de audiometria deve ser sempre realizado em ambiente acusticamente tratado, ou na cabine acústica, mas nunca deve ser realizada numa sala de atendimento normal.. Na Fonotom, utilizamos sala acústica para melhor conforto de nossos pacientes, principalmente para quem tem claustrofobia e dificuldade de mobilidade.
Sempre que realizar uma audiometria peça que o seu fonoaudiólogo lhe explique o gráfico para que possa compreender melhor a sua audição. A audiometria pode trazer muitas informações ao médico, ao paciente e também a família do deficiente auditivo.
