Seu filho está com dificuldade para ouvir ou apresenta atraso na fala? Entenda a importância de tratar a perda auditiva

Pais podem ter dificuldades em detectar se seu filho está com dificuldade para ouvir ou apresenta atraso na fala. O  tratamento precoce é a melhor maneira de resolver o problema. 

perda leve
Primeiramente, precisamos definir se a perda auditiva ocorre em apenas um ouvido (conhecido como perda auditiva unilateral) ou nos dois ouvidos (bilateral). A perda auditiva é constatada quando a criança não consegue ouvir sons abaixo de certo nível de volume. Para isso, existe um exame simples e indolor, chamado audiometria.

É usado como parâmetro para a perda mínima o valor de 15 a 20 dB (decibéis)de som. O que é equivalente ao volume provocado por folhas balançando ao vento ou por uma pessoa sussurrando. Embora ser incapaz de ouvir o farfalhar das folhas seja considerado um grau leve de perda auditiva, é suficiente para interferir na compreensão de partes da fala. Por isso, identificar o problema e tratar é tão importante. E quando mais cedo, melhor para o desenvolvimento infantil.

As crianças aprendem a falar e reconhecer sons desde o momento em que nascem. Por isso, mesmo um grau leve de perda pode atrasar o aprendizado. Esta perda impacta no desenvolvimento de fala, linguagem e no comportamento auditivo da criança.

Apesar de conseguir ouvir, uma criança com perda auditiva leve precisa de maior esforço para compreender o que escuta. Imagine tentar entender o que o professor fala em uma sala lotada. Ou mesmo ter dificuldade de entender os coleguinhas durante uma brincadeira no pátio.

É válido lembrar que a perda auditiva mínima (de grau leve) pode ser de causa temporária. Episódios recorrentes de otite, por exemplo, podem ocasionar um episódio de perda auditiva. Nesse caso, tratando a causa, o problema tende a desaparecer. Em outros casos, a perda auditiva pode ser permanente.

Mas não é apenas uma questão de volume! A perda auditiva é uma combinação de perda de volume (medida em decibel) e perda em frequência (medida em Hertz). Por exemplo, algumas crianças podem ter dificuldade para ouvir sons agudos, mas não têm problema em ouvir sons graves conhecidos como perda auditiva descendente. Neste caso, uma criança com perda auditiva nas altas frequências não conseguirá ouvir a maioria das conversas corretamente, mas poderá ouvir um helicóptero a quilômetros de distância sem nenhum problema.

Outras podem ter o inverso, que é a perda auditiva de baixa frequência. Outros terão o que é conhecido como perda auditiva "plana", o que significa que tem dificuldade para ouvir sons em todas as frequências, da mais grave a mais aguda.

É fácil perceber que a perda auditiva é única e altamente variável. Perdas mínimas podem sofrer atraso no diagnóstico, exatamente porque a criança pode ouvir muitos sons do dia a dia e aparenta que está tudo bem. Às vezes não ouvem quando chamam ou alguma parte de uma frase e logo são chamadas de desatentas, enquanto o problema real é a dificuldade para ouvir. Ouvir bem é essencial para que a criança consiga ter entendimento do mundo que a cerca.

Quão comum é a perda auditiva em crianças? De acordo com o levantamento realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em abril de 2021, há mais de 34 milhões de crianças com perda auditiva no mundo. E parte destas apresenta perda mínima de causa genética ou infecciosa. Ou seja, o problema pode ser bem mais comum do que imaginamos.

Em alguns casos, a criança sofre uma perda auditiva que vai e vem, conhecida como perda auditiva temporária, transitória ou flutuante. Embora possa não durar a vida toda, esse tipo de perda auditiva é prejudicial ao desenvolvimento da fala e da linguagem. A perda auditiva transitória pode ser causada por otite média, mais conhecida como infecção do ouvido médio. Um dado interessante: uma em cada quatro crianças teve um episódio de otite média aos três anos de idade.

As perdas temporárias provocadas por infecção de ouvido são muito comuns, principalmente na primeira infância. Em especial as crianças com Síndrome de Down, apresentam alta prevalência de episódios de otite (50 a 70%), e devem ser avaliadas regularmente conforme diretrizes do Ministério da Saúde.

Felizmente, esse tipo de perda auditiva é facilmente resolvido. No entanto, vale lembrar que infecções frequentes e que não sejam adequadamente tratadas podem causar danos cumulativos, provocando uma perda auditiva neurossensorial permanente.

Seu filho está com dificuldade para ouvir ou apresenta atraso na fala? Como identificar a perda auditiva em crianças? “Não é raro que os pais e professores tenham dificuldades em identificar a perda auditiva. Um alerta é o atraso no desenvolvimento da fala do seu filho. Não devemos deixar pra depois, ou esperar um pouco que logo começa a falar. É necessário buscar identificar se há alguma causa impactando no desenvolvimento de linguagem da criança, sempre que apresentar dificuldade para ouvir ou apresentar atraso na fala.” – explica a fonoaudióloga Andrea Soares.

Aqui estão algumas dicas para observar caso você ache que seu bebê ou criança em idade pré-escolar pode ter perda auditiva:
  • Tem dificuldade em entender o que as pessoas estão dizendo.
  • Fala de maneira diferente das outras crianças da idade dele.
  • Não responde quando você chama o nome dele.
  • Responde inadequadamente a perguntas (entende mal).
  • Aumenta o volume da TV incrivelmente alto ou fica muito perto da TV para ouvir.
  • Tem problemas academicamente, especialmente se eles não estavam presentes antes.
  • Tem atrasos na fala ou na linguagem ou problemas para articular as coisas.
  • Observa os outros para imitar suas ações, em casa ou na escola.
  • Queixa de dores de ouvido ou ruídos.
  • Não consegue entender por telefone ou troca de ouvidos com frequência enquanto fala ao telefone.
  • Diz "o quê?" ou "hein?" várias vezes ao dia.
  • Observa o rosto do interlocutor com muita atenção - a perda auditiva de muitas crianças escapa à detecção porque é um leitor de lábios muito bem-sucedido.
  • O que causou a perda auditiva do meu filho?


  • Se você perceber que seu bebê ou criança apresenta algum dos sinais acima, leve-o ao médico otorrino pediatra que poderá encaminhá-lo a um audiologista pediátrico para que a audição de seu filho seja testada.

    Os fonoaudiólogos podem realizar exames auditivos comportamentais, mesmo em crianças muito pequenas (com apenas 6 meses). Lembre-se que o tratamento correto e precoce é a melhor maneira de evitar que a perda auditiva traga prejuízos para a criança.

    Se seu filho está com dificuldade para ouvir ou apresenta atraso na fala, procure a ajuda de um profissional fonoaudiólogo e agende uma avaliação audiológica.

    Na Fonotom você encontra audiometria a partir dos 6 meses de idade, imitanciometria de alta frequência e banda larga, emissões otoacústicas entre outros exames indicados para avaliação da saúde auditiva.

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