Por que Audiometria não é suficiente para diagnosticar zumbido nos ouvidos?

Por que só a Audiometria não é suficiente para diagnosticar zumbido nos ouvidos? Por conta de suas variadas causas, o zumbido nos ouvidos só pode ser diagnosticado corretamente usando uma série de exames combinados, que irão indicar a melhor abordagem de tratamento.

perda auditiva e zumbido O zumbido, definido como a percepção de um som contínuo nos ouvidos ou na cabeça na ausência de uma fonte sonora externa, é uma condição auditiva comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Dependendo do tipo e do grau do zumbido, os impactos na qualidade de vida do paciente podem ser enormes.

Apesar de sua prevalência, a avaliação e o tratamento do zumbido podem ser desafiadores devido à sua natureza subjetiva e complexa. Em partes isso se deve ao fato de que o zumbido, em si, não é uma doença, mas sim um sintoma de que algo está errado no corpo. Como as causas por trás do zumbido são muitas, o diagnóstico se torna complexo e, em geral, envolve uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde.

Embora a audiometria as seja um dos exames iniciais e mais comumente utilizados para avaliar pacientes com zumbido, ela nem sempre é suficiente por si só. Para conseguir um correto diagnóstico do zumbido é preciso um conjunto de exames, pesquisa de hábitos do paciente e percepções clínicas.

Audiometria: Uma Ferramenta Inicial na Detecção do Zumbido A audiometria é um exame fundamental na avaliação de pacientes com zumbido. Esse procedimento avalia a capacidade auditiva do paciente em diferentes frequências sonoras, permitindo a identificação de perdas auditivas e determinando o limiar auditivo em cada orelha. No entanto, embora os exames de audiometria e Acufenometria tragam contribuições valiosas, eles apresentam limitações significativas no diagnóstico do zumbido nos ouvidos.

Isso ocorre, pois esse sintoma é uma experiência subjetiva, que varia de pessoa para pessoa. O incômodo e a intensidade do zumbido podem ser percebidos de maneira diferente e causados por doenças diversas, tornando difícil quantificar e avaliar o problema apenas por meio de exames audiológicos.

Neste ponto, é importante ressaltar que embora o zumbido esteja frequentemente associado a perdas auditivas, nem sempre existe uma correlação direta entre esses dois sintomas. É possível que um paciente apresente zumbido sem qualquer perda auditiva identificável por meio da audiometria. Essa desconexão dificulta o diagnóstico e a compreensão das causas subjacentes dessa condição.

Como o zumbido pode estar associado a fatores diversos, entre eles neurológicos e psicológicos como estresse, ansiedade e depressão. Esses aspectos também não são diretamente avaliados pela audiometria convencional, o que ressalta a necessidade de exames adicionais para uma abordagem mais abrangente.

Mas afinal, quais outros exames são importantes para a detecção e tratamento do zumbido? Acufenometria: é um procedimento que envolve a medição da intensidade e frequência dos sons percebidos pelo paciente, auxiliando no diagnóstico e monitoramento do zumbido. Essa técnica é realizada por meio de equipamentos especializados, sempre associada a audiometria, e contribui para o desenvolvimento de estratégias de tratamento personalizados.

Audiometria de Altas Frequências: exame complementar da audiometria convencional, avalia as frequências mais agudas que o ouvido pode captar. Muitas vezes paciente com audiometria normal entre as frequências de 250Hz a 8000Hz podem apresentar alteração de limiares auditivos nas frequências entre 9.000Hz e 20.000Hz.

Imitanciometria: avaliam a funcionalidade da orelha média e podem ajudar a identificar patologias que podem contribuir para o zumbido. Esses testes fornecem informações sobre a mobilidade dos ossículos do ouvido médio e a pressão dentro do sistema auditivo.

Potenciais Evocados Auditivos: entre eles o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Cerebral (conhecido como BERA) e a eletrocoleografia (EcoG), são exames que avaliam a integridade da via auditiva em resposta a estímulos sonoros. Eles podem identificar possíveis disfunções nas vias auditivas centrais, ajudando a diferenciar as possíveis causas do zumbido no ouvido.

Emissões Otoacústicas: Diversos estudos mostram que pacientes com zumbido e audição normal nas audiometria convencional podem apresentar previamente alterações nas EOA. Os resultados deste exame podem ser considerados para uma estratégia nas ações preventivas e identificação precoce das alterações auditivas.

Exames de Imagem: a ressonância magnética e a tomografia computadorizada podem ser úteis na detecção de alterações estruturais ou tumores que possam contribuir para o zumbido.

Avaliação Psicológica: uma avaliação psicológica abrangente pode ser necessária para identificar a presença de condições como ansiedade, depressão ou transtorno de estresse pós-traumático.

Avaliação com fisioterapeuta e bucomaxilo: importante para avaliar se há componente somatossensorial na presença e modulação do zumbido como as tensões cervicais ou disfunção têmporo mandibular.

Além destes exames, podem ser necessários exames laboratoriais, para checar doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou ligadas a fatores metabólicos ou hormonais. O médico otoneurologista irá determinar qual a melhor abordagem para uma avaliação completa e o correto diagnóstico da causa por trás do zumbido.

Desse modo, é possível tratar o zumbido no ouvido com maior eficácia melhorando a qualidade de vida do paciente por meio de opções de tratamento mais personalizadas e efetivas.

Na presença de zumbido, agende uma consulta com um fonoaudiólogo que entende de zumbido para avaliar a sua audição.
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