Quais os cuidados auditivos em bebês prematuros?

Cuidar de bebês prematuros é um desafio crescente na saúde neonatal. A prematuridade está associada a diversas complicações médicas, incluindo problemas auditivos. Um ponto importante a ser observado nesses casos é o impacto da prematuridade na audição dos bebês e como é possível diagnosticar e tratar problemas auditivos de maneira eficiente, o mais breve possível, evitando qualquer tipo de atraso no desenvolvimento infantil.

audição do bebê prematuro A prematuridade é uma condição que afeta muitos recém-nascidos em todo o mundo. De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, em 2021, a taxa de prematuridade no país estava em torno de 11% a 12% do total de nascimentos registrados. Bebês prematuros são aqueles que nascem antes das 37 semanas de gestação, e embora os avanços na medicina tenham melhorado significativamente a taxa de sobrevivência e qualidade de desenvolvimento desses bebês, a condição ainda pode trazer algumas complicações, incluindo problemas de saúde auditiva.

O sistema auditivo dos bebês começa a se desenvolver a partir do terceiro trimestre de gestação. Bebês prematuros, por nascerem antes desse período crucial de maturação, podem apresentar uma maior vulnerabilidade a problemas auditivos não apenas pelo desenvolvimento durante a gestação, mas também devido aos fatores que levaram à prematuridade.

Uma maior probabilidade de enfrentar complicações médicas também podem afetar negativamente a audição ao nascimento ou com manifestação tardia. De acordo com o Joint Committee on Infant Hearing (JCIH-2019) os principais fatores de risco para perda auditiva são: histórico familiar de perda auditiva permanente, cuidado intensivo neonatal por mais de 5 dias, hiperbilirrubinemia com exsanguinotransfusão, hipóxia (falta de oxigênio), infecções intrauterinas como a rubéola, herpes, sífilis e citomegalovírus.

Além desses fatores, infecções maternas por Zika e diversas síndromes que estão associadas a perda auditiva podem apresentar perda auditiva progressiva que não são detectadas ao nascimento.

Cuidados Básicos para a Saúde Auditiva de Bebês Prematuros A avaliação e o diagnóstico precoce são fundamentais para o bom desenvolvimento auditivo dos bebês prematuros, evitando assim, problemas no desenvolvimento de fala e linguagem da criança. Antes de tudo é preciso realizar a Triagem Auditiva Neonatal, ou teste da orelhinha. Esse procedimento é importante para identificar precocemente problemas auditivos em recém-nascidos. Todos os bebês, incluindo os prematuros, devem passar por esse exame antes da alta hospitalar, que é gratuito e obrigatório em todo o Brasil, assim como o teste do pezinho.

Bebês prematuros necessitam de uma atenção extra e, por isso, devem realizar avaliações periódicas da audição, mesmo que a triagem auditiva inicial tenha sido normal. Esse acompanhamento permitirá a detecção precoce de qualquer problema auditivo que possa surgir mais tarde. Vale lembrar que o acompanhamento audiológico é indicado para todas as crianças em idade pré-escolar.

O JCIH recomenda o intervalo do monitoramento audiológico de forma diferente de acordo com cada fator de risco. Por isso é essencial seguir a recomendação profissional dada logo após o teste da orelhinha. No geral, sempre haverá ao menos uma avaliação audiológica antes de completar o primeiro ano de vida.

Os recém-nascidos possuem um sistema auditivo delicado e isso é importante evitar exposição prolongada a ruídos intensos e manter um ambiente calmo e tranquilo, longe de barulho. É vital estimular o bebê com sons suaves e calmantes que podem ajudar no desenvolvimento saudável do sistema auditivo. Conversar com seu bebê também ajudará no desenvolvimento de fala e linguagem.

Quais os Exames Auditivos Indicados para Prematuros? Além da Triagem Auditiva Neonatal, outros exames podem ser indicados para bebês prematuros, dependendo da situação clínica. Alguns dos mais comuns incluem: Potencial Evocado Auditivo de Tronco EncefálicoBERA / Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) (PEATE): Esse exame, também conhecido como BERA, é indicado para complementar a triagem auditiva dos bebês com fatores de risco para perda auditiva. Avalia a integridade da via auditiva do bebê. É um procedimento não invasivo, que associado à Emissões Otoacústicas, pode fornecer informações valiosas sobre a saúde auditiva do recém-nascido.

Emissões Otoacústicas(EOA): As EOA são sons produzidos pelo ouvido interno quando estimulado por um som externo. Esse procedimento avalia a função da cóclea. O teste mais utilizado na triagem auditiva neonatal é também utilizado na avaliação audiológica infantil em todas as idades para complementar a avaliação comportamental.

Audiometria: À medida que o bebê cresce e se desenvolve, audiometrias devem ser realizadas regularmente para avaliar a audição de maneira mais precisa. Indicada a partir dos 6 meses de vida, esse exame busca identificar como está a audição da criança, em relação ao tipo e grau de perda auditiva precocemente, ajudando no tratamento correto do problema.

Imitanciometria: esse exame é indicado para avaliar se há presença de secreção na orelha do bebê. Deve ser realizado sempre junto com os outros exames audiológicos para garantir que a resposta das EOA, PEATE ou Audiometria não sofram interferência de otite média, muito comum em crianças pequenas.

Outros exames podem ser indicados pelo médico otorrinolaringologista ou pediatra. É fundamental que a criança faça o acompanhamento adequado e que, ao surgir a menor suspeita de perda auditiva, os pais procurem ajuda especializada.

Possíveis Tratamentos para Perda Auditiva Se um bebê prematuro for diagnosticado com problemas auditivos, é essencial que a intervenção seja iniciada o mais cedo possível para otimizar o desenvolvimento da fala e linguagem.

Os tratamentos podem incluir tratamento medicamentoso, cirurgia, adaptação de aparelhos auditivos ou ainda o uso de implante coclear pode ser considerado. Esse dispositivo é implantado cirurgicamente e estimula diretamente o nervo auditivo, permitindo que o bebê ouça os sons de forma mais clara.

É importante ressaltar que nem todos os bebês prematuros desenvolvem problemas auditivos, mas a prematuridade é considerada um fator de risco para a deficiência auditiva. Realize os exames auditivos indicados pelos profissionais que acompanham seu filho para garantir um desenvolvimento saudável da linguagem e da comunicação para a criança.
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