O que é a Avaliação do Processamento Auditivo Central (PAC)

Para que serve e como é feita a Avaliação do Processamento Auditivo Central (PAC)? Para falarmos sobre isso precisamos primeiro entender como funciona o nosso processamento auditivo.

AVALIAÇÃO DE PACtranstorno do processamento auditivo central, que é uma dificuldade para processar a informação sonora. O processamento auditivo central é a maneira como os sons são captados pelos ouvidos e transmitidos até o cérebro, onde serão interpretados.

Ouvir bem é fundamental para o processo de aquisição dos sons da fala, alfabetização, atenção e memória. Além disso, nos ajuda a ter mais qualidade de vida e melhora a socialização. Crianças que apresentam queixas para entender a professora, para ler e escrever, de se socializar com os coleguinhas, compreender piadas e ironias ou até mesmo de desenvolver a fala, podem apresentar algum transtorno de PAC. Geralmente, esses indivíduos apresentam dificuldades com conversas longas, em organizar um discurso e em se expressar em ambientes ruidosos.

Por esse motivo, a avaliação do processamento auditivo central tem sido cada vez mais solicitada por escolas, pediatras, otorrinolaringologistas, neurologistas, psiquiatras e psicopedagogos ao se depararem com alguns desses sinais. É importante lembrar que o transtorno do processamento auditivo central também pode ocorrer em adultos e idosos, incluindo aqueles que relatam ouvir bem e com saúde perfeita. Alterações do sistema nervoso central (traumatismo craniano, AVC, entre outros), otites, ou perda auditiva podem contribuir para alterações do PAC. Por isso, é importante ficar atento aos sinais para realizar avaliação e tratamento mais adequado para cada caso.

Detectando o problema de TPAC O Transtorno do Processamento Auditivo Central afeta as vias auditivas centrais, ou seja, as áreas posteriores a um nervo que entre outras coisas é responsável pela nossa audição. É uma avaliação para saber como escuta e não o quanto escuta, diferente de outros exames, como a audiometria. É indicado quando a pessoa apresenta queixas ou sinais que podem estar relacionas às alterações de PAC.

Antes da avaliação do processamento auditivo central é indispensável a realização da audiometria e da imitanciometria, pois o fonoaudiólogo precisa ter conhecimento das condições da audição periférica, ou seja, se há ou não uma perda auditiva, líquido no ouvido e outros problemas. O ideal é que estes exames sejam recentes, para um melhor aproveitamento e um diagnóstico efetivo.

O exame é feito dentro de um ambiente acusticamente tratado, onde o paciente realizará alguns testes, selecionados de acordo com a faixa etária e presença ou não de alterações auditivas. É importante lembrar que é um exame personalizado para cada perfil, de acordo com o histórico e principais queixas relatadas. O fonoaudiólogo é o profissional responsável pela tarefa de aplicar os testes, avaliar o comportamento e realizar a interpretação dos resultados obtidos. Só assim é possível prescrever o tratamento adequado.

Esses testes avaliam diversos fatores, como a percepção do som em tarefa de difícil escuta. A duração da avaliação pode variar, dependendo da quantidade de testes, atenção e cansaço do paciente. Em alguns casos a avaliação pode ser realizada em duas sessões.

O diagnóstico de Transtorno de Processamento Auditivo Central só pode ser fornecido aos sete anos de idade, mas a avaliação do processamento auditivo central pode ser realizada antes, a partir dos 4 anos de idade. Se uma criança apresenta fatores de risco para transtorno de processamento auditivo central, tais como: histórico familiar de transtorno de processamento auditivo central, atraso ou alteração no desenvolvimento de fala e linguagem, histórico de otites de repetição, dificuldades de aprendizagem ou transtornos do neurodesenvolvimento, a avaliação pode ser solicitada.

Os sintomas do Transtorno do Processamento Auditivo Central podem ser confundido com outras alterações, cabendo uma avaliação para o diagnóstico diferencial. Inclusive, algumas crianças com Transtorno de Espectro Autista (TEA) podem apresentar problemas relacionados ao PAC.

É importante lembrar-se da importância de avaliar as crianças menores de 7 anos. Crianças que apresentam resultados alterados abaixo dessa faixa etária recebem o diagnóstico de atraso do desenvolvimento das habilidades auditivas centrais. Desta forma, é possível realizar as intervenções necessárias que terão uma maior chance de sucesso. Quanto mais cedo forem aplicadas as terapias que auxiliam o processo de neurodesenvolvimento, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e autonomia, maiores as chances de bons resultados.

Além do treinamento auditivo em ambiente acusticamente controlado, entre as medidas que podem ser tomadas estão realização de terapia fonoaudiológica para desenvolver a capacidade da criança de aprender novas palavras e compreendê-las, bem como orientar pais e educadores para lidar com as dificuldades auditivas, por exemplo, falando pausadamente, olhando para a criança e gesticulando. São pequenos detalhes que fazem uma enorme diferença para os pequenos.

O Transtorno do PAC acaba afetando a comunicação como um todo, aumentando as restrições de participação, limitando as atividades diárias e desempenho escolar, independentemente de apresentar ou não uma perda auditiva. Por isso, é importante a avaliação de PAC, pois ela possibilita a aplicação de treinamentos auditivos que melhoram a comunicação.

Esses processos podem dar um impulso significativo na alegria e na qualidade de vida das crianças.
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