Quais doenças podem causar perda auditiva tardia?

Perda auditiva tardia é aquela que surge ao longo da vida. Os ouvidos são estruturas bastantes sensíveis e por isso podem ser afetados por diversas doenças. Aprenda quais são elas e como lidar com a perda auditiva tardia.

A perda auditiva é uma condição de saúde que pode afetar pessoas de todas as idades, incluindo recém-nascidos, crianças, adultos e idosos. Embora muitas vezes seja associada ao envelhecimento ou a infecções de ouvido frequentes durante a infância, existem algumas outras doenças que podem causar perda auditiva tardia, ou seja, que só se manifestam ao longo do tempo. É crucial entender quais são essas doenças e como monitorar a audição de crianças com fatores de risco para evitar possíveis sequelas.

Primeiramente, é importante frisar que a realização de exames auditivos, já no nascimento, é essencial para todos os recém-nascidos. Conhecer os fatores de risco para perda auditiva relacionados à gestação ou ao nascimento é de extrema importância para saber como monitorar a audição da criança ao longo da vida, ajudando a identificar e tratar condições e doenças que possam causar perda auditiva tardia.

Os exames auditivos devem ser realizados em momentos-chave do desenvolvimento infantil. O teste da orelhinha é um dos primeiros exames a serem feitos, logo após o nascimento. Obrigatório e gratuito em todas as maternidades brasileiras, esse teste identifica possíveis problemas de audição que podem estar presentes desde o nascimento. Caso a criança apresente algum resultado sugestivo de perda auditiva, é necessário encaminhá-la para uma avaliação mais aprofundada e realizar o acompanhamento adequado.

Existem várias doenças que podem apresentar perda auditiva tardia em crianças e adultos. Uma delas é a meningite, uma infecção bacteriana ou viral que pode afetar as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Outra doença comum e que pode afetar os ouvidos é a caxumba, que, embora rara devido à vacinação, pode causar perda auditiva ao afetar o nervo auditivo.

A otosclerose, é uma doença que afeta calcifica os ossículos da orelha média, também pode levar à perda auditiva progressiva em diferentes idades. Além disso, a perda auditiva tardia também pode ser causada por síndromes genéticas, como a síndrome de Usher, síndrome de Alport, síndrome de Waardenburg e síndrome de Down (T21)

Crianças expostas ao Zika Vírus durante a gestação também apresentam risco de perda auditiva progressiva e devem ter a audição monitorada durante toda a infância. O mesmo cuidado deve ser tomada para crianças expostas à sífilis congênita.

Quanto aos bebês expostos ao coronavírus na gestação, os estudos ainda são recentes, mas é indicado monitoramento audiológico durante a infância para avaliar possíveis efeitos tardios do vírus.

Além das doenças mencionadas anteriormente, outras alterações de audição temporárias, como disfunção da tuba auditiva, otite média recorrente e excesso de cerume também podem levar à perda auditiva em crianças e adultos.

Ao identificar a perda auditiva poderá ser indicado uso de medicação, cirurgia ou reabilitação auditiva com adaptação de aparelhos auditivos, muitas vezes associada a terapia fonoaudiológica e medidas de suporte educacional, por exemplo.

O monitoramento da audição Por conta dessas e outras doenças, é crucial que as crianças sejam submetidas a um monitoramento regular da audição desde o nascimento. Problemas de audição não identificados podem levar a atraso no desenvolvimento de fala e linguagem, problemas de aprendizado e dificuldades de socialização, por exemplo. Sinais como atraso para começar a falar, dar preferência para um ouvido, parecer distraída ou pedir para aumentar o volume da televisão podem indicar perda auditiva, algumas vezes em uma só orelha.

Os principais fatores de risco para perda auditiva progressiva ou de início tardio incluem histórico familiar de perda auditiva, infecções neonatais, otites de repetição, exposição a ruído intenso, traumas no ouvido, uso de medicamentos ototóxicos e malformações craniofaciais e síndromes genéticas. Por isso, é importante realizar exames auditivos desde a triagem auditiva neonatal, que é realizada logo após o nascimento, e avaliação audiológica durante a primeira infância e monitorar ao longo da vida sempre que indicado.

Os exames auditivos permitem avaliar a capacidade auditiva desde o nascimento, entre eles as emissões otoacústicass e o BERA - Potencial Evocado Auditivo de Tronco Cerebral. Estes são exames indolores, que podem ser realizados com o bebê dormindo. Já a audiometria condicionada pode ser indicada a partir dos seis meses de vida. Cada exame tem um objetivo diferente e deve ser escolhido de acordo com a necessidade de cada um. Sempre que possível é recomendado que Sejam realizadas na mesma avaliação exames subjetivos e objetivos, seguindo as recomendações da Academia Americana de Audiologia (2020).Ao longo da vida outros exames podem ser necessários para avaliar a integridade da via auditiva, como o PETAE, ou o desempenho do processamento auditivo.

A realização desses exames regularmente ajuda a identificar precocemente qualquer alteração na audição, permitindo a intervenção adequada e o tratamento imediato. A perda auditiva tardia pode dar sinais na infância, adolescência ou até mesmo na fase adulta, portanto monitoramento audiológico para garantir o diagnóstico precoce é fundamental para evitar possíveis sequelas. Na infância, a perda auditiva não identificada tem ainda um impacto maior no desenvolvimento sendo o diagnóstico e o tratamento precoces essenciais para garantir o crescimento adequado da criança.

É importante ressaltar que a perda auditiva não afeta apenas a capacidade de ouvir, mas também pode ter um impacto significativo no desenvolvimento da fala e da linguagem, na qualidade de vida e no desenvolvimento global da criança e adolescente, afetar o desempenho profissional do adulto, desencadear problemas sociais e até depressão.

É recomendado que todas as crianças sejam submetidas a exames auditivos ao nascimento, na pré escola e anualmente durante a fase escolar. Já as crianças de risco devem ser monitoradas de acordo com a remendarão indicada para cada caso. Esses exames podem incluir a audiometria tonal, a imitanciometria e outros testes específicos, dependendo das necessidades individuais de cada criança a ser avaliado pelo profissional de saúde. Os adultos também devem incluir no check-up anual de saúde a avaliação da audição, como já é costume avaliar a visão regularmente.

É importante estar atento a possíveis indicadores, como atraso na fala e na linguagem, falta de resposta a estímulos sonoros, dificuldade em acompanhar conversas, presença de zumbido, sensação de ouvido tampado ou problemas de comportamento relacionados à audição. Na dúvida, sempre procure por ajuda especializada, evitando assim as sequelas da perda auditiva.
O que procura?
Endereço Fonotom
Fale com a Fonotom