Pessoas com Misofonia reagem a certos sons como se estivessem diante de um grande perigo. Seu corpo responde com o instinto de luta ou fuga, como se enfrentassem uma ameaça séria, da qual sentem que não conseguem escapar.
O que é particularmente notável sobre a Misofonia é que ela é seletiva em relação aos tipos de sons que desencadeiam a reação, não afetando a resposta da pessoa a ruídos mais altos ou diferentes, como música em alto volume ou sons como de uma obra. Isso sugere que a resposta não é tanto sobre o volume do som, mas sobre seu significado e contexto para o indivíduo.
Características e sintomas
Pessoas com Misofonia podem apresentar uma gama de reações emocionais ao ouvir os sons que as desencadeiam. Isso inclui sentimentos de irritação intensa, raiva, ódio, e até mesmo pânico.
Além dos sentimentos, podem ocorrer sintomas físicos como aumento da frequência cardíaca (taquicardia), palpitações, suor excessivo e sensações gerais de mal-estar.
Embora possa afetar pessoas de qualquer idade, esta condição geralmente começa na infância ou adolescência. Os sintomas podem variar ao longo do tempo, estabilizando-se ou piorando sem o tratamento adequado. Na ausência de intervenção, a condição pode evoluir, levando a uma sensibilidade aumentada a uma variedade mais ampla de sons irritantes.
Além dos sentimentos, podem ocorrer sintomas físicos como aumento da frequência cardíaca (taquicardia), palpitações, suor excessivo e sensações gerais de mal-estar.
Embora possa afetar pessoas de qualquer idade, esta condição geralmente começa na infância ou adolescência. Os sintomas podem variar ao longo do tempo, estabilizando-se ou piorando sem o tratamento adequado. Na ausência de intervenção, a condição pode evoluir, levando a uma sensibilidade aumentada a uma variedade mais ampla de sons irritantes.
O mundo atual, com sua profusão de estímulos sonoros, desempenha um papel significativo na experiência de pessoas com misofonia. Dispositivos como smartphones, brinquedos barulhentos, computadores, aparelhos de som e videogames, juntamente com o barulho constante do trânsito e de espaços públicos como shoppings e eventos, aumentam a exposição a potenciais gatilhos sonoros.
Essa exposição constante pode não apenas desencadear reações em pessoas já sensíveis, mas também potencialmente contribuir para o desenvolvimento da condição em indivíduos predispostos.
Hiperacusia: uma condição relacionada A Hiperacusia é frequentemente mencionada em conjunto com a Misofonia, embora sejam condições distintas. Enquanto a Misofonia está relacionada a uma reação emocional a certos sons, a hiperacusia é caracterizada por uma sensibilidade física a sons de intensidade baixa ou moderada, que são percebidos como excessivamente altos ou dolorosos.
Esta condição geralmente resulta de danos ao nervo auditivo, muitas vezes causados por exposição prolongada a ruídos altos. É importante notar que entre 25 a 40% das pessoas com zumbido também sofrem de hiperacusia.
Um dos maiores desafios enfrentados por pessoas com Misofonia ou Hiperacusia é a falta de compreensão e empatia da sociedade. Essas condições são frequentemente mal interpretadas como frescura ou erroneamente associadas a problemas psiquiátricos. Essa incompreensão pode levar a dificuldades no diagnóstico e tratamento adequados e, muitas vezes, resulta em isolamento social para aqueles que sofrem dessas condições.
Diagnóstico e tratamento O papel dos fonoaudiólogos da Fonotom é crucial no diagnóstico e tratamento. O primeiro passo é avaliar toda a vida auditiva com uma avaliação audiológica completa incluindo Audiometria de altas frequências, Imitanciometria, Emissões otoacusticas e o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Cerebral (BERA).
O teste do Limiar de desconforto realizado na Fonotom é frequentemente utilizado para determinar em que volume os sons se tornam incômodos para o paciente. Este teste é particularmente relevante para a hiperacusia, onde a intolerância está ligada ao volume dos sons.
Por outro lado, na Misofonia, que se relaciona mais com a natureza específica dos sons, os resultados do teste muitas vezes são normais. É comum que as pessoas apresentem uma combinação de ambas as condições, tornando o diagnóstico e o tratamento mais complexos.
Devido à dificuldade de diagnóstico e à limitada compreensão existente sobre esse fenômeno, ainda não há tratamentos amplamente desenvolvidos com base científica. Embora ainda não tenham cura, existem tratamentos disponíveis que podem ajudar a gerenciar essas condições.
A Terapia sonora, frequentemente utilizada no tratamento do zumbido, é também recomendada para estas condições, como um tratamento complementar, assim como a Terapia Cognitivo Comportamental ou o Treinamento Auditivo. É importante que cada paciente seja avaliado individualmente, com uma análise completa dos sintomas e a interpretação de dados de vários exames, para definir a abordagem terapêutica mais apropriada.
"A escolha do tratamento depende de um entendimento detalhado das necessidades específicas do paciente, e um acompanhamento multidisciplinar é fundamental nesses casos", afirma a fonoaudióloga Andrea Soares.
Curiosamente, o uso de protetores auditivos não é recomendado para o tratamento, pois pode piorar a condição, um profissional fonoaudiólogo poderá lhe orientar a melhor maneira para evitar o desconforto a sons intensos ou desagradáveis.