Audição e o desenvolvimento da fala e da linguagem

Audição e o desenvolvimento da fala. Falta de atenção, atrasos no desenvolvimento na fala e linguagem, trocas na fala e/ou dificuldades de aprendizado podem ser alguns dos sintomas de perda auditiva

audição fala

É na primeira infância que começamos a apresentar habilidades auditivas e de fala. A nossa percepção auditiva se inicia antes mesmo de nascermos. Ainda na barriga da mãe, o bebê é capaz de ouvir, e as experiências possibilitam o processo de neurodesenvolvimento que ao longo do tempo são consolidadas em memórias e permitem que se tenha uma compreensão das coisas ao nosso redor.

A interação com os pais e com as outras pessoas associadas à percepção do mundo é que ajudarão a criança a formar sua linguagem. Já com poucos meses de vida a criança começa a ficar atenta aos sons, reconhece a voz dos pais, e outros sons do cotidiano, emite suas primeiras palavras, mesmo que indecifráveis. É uma tentativa de desenvolver e adquirir linguagem.

Os bebês aprendem muito rápido, então, quanto mais positiva e consistente a exposição, maior será o desenvolvimento da comunicação. Ensinar o nome das coisas, fazer perguntas simples e falar frases curtas, sempre devagar e com clareza são exemplos de como estimular a linguagem.

Crianças com mais de um ano de idade que ainda não falam nada acendem um sinal de alerta. Nesses casos, o problema pode estar na audição. Em geral, são bebês que não respondem quando chamados pelo nome ou apelido, não se interessam por sons de brinquedos ou músicas, não se assustam com sons de forte intensidade.

Qualquer alteração na audição, provisória ou permanente, pode provocar impactos no desenvolvimento da fala e/ou linguagem do bebê.  Justamente por isso, nessa etapa da vida, é recomendado que os pais conversem e interajam com seus bebês, estimulando o desenvolvimento da fala.  Outra importante recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é evitar o uso de telas para crianças até 2 anos de idade.

Os marcos de desenvolvimento infantil podem ajudar os pais e educadores entenderem como está a evolução da linguagem da criança e perceber se há algum sinal de alerta para a perda auditiva. Até os dois anos de idade, a criança já reconhece alguma partes do corpo e entende instruções simples, como “dá tchau, mande um beijo, cadê o sapato?”.

“Claro que as crianças possuem ritmos de desenvolvimento variados, mas a pandemia ou preguiça por exemplo, não podem ser as justificativas para uma criança não falar nada aos dois anos de idade. Lembrando que podem existir outras questões que impactam o desenvolvimento da linguagem, além da perda auditiva. Isso precisa ser investigado por um especialista.” – explica a fonoaudióloga Andrea Soares, da FONOTOM.

Identificando problemas audiológicos na criança No Brasil, todos os recém-nascidos devem passar pelo teste da orelhinha ainda na maternidade. Esse exame rápido e indolor ajuda a detectar possíveis alterações no sistema auditivo da criança. Isso é importante, pois ajuda a diagnosticar o problema precocemente, o que diminui os impactos de possíveis perdas auditivas para o desenvolvimento infantil.

A Triagem Auditiva Neonatal é uma fotografia da audição do bebê no momento do nascimento, e não garante que a audição continuará daquela mesma maneira com o passar do tempo, por isso é essencial se manter atento ao desenvolvimento do  bebê, tanto em relação a fala e linguagem, quanto ao comportamento motor – explica Dra Adriana Andrade, fonoaudióloga da Fonotom.

Portanto, mesmo com o teste da orelhinha normal, ao menor sinal de atraso na fala e linguagem é importante que a criança seja submetida a uma nova avaliação audiólogica, pois vários fatores podem causar perdas auditivas em diferentes fases da vida.

A avaliação audiológica infantil é composta por um conjunto de exames realizados (audiometria, Imitanciometria e emissões otoacústicas), em sala acústica, que possibilitam a detecção da perda auditiva. No caso de uma perda auditiva não identificada, ela pode representar atrasos na fala, dificuldades cognitivas, problemas de socialização além de possíveis dificuldades na alfabetização. Nos casos de atraso no desenvolvimento da fala, se tornam comuns erros de fonema, trocas na estrutura das sílabas e criação de frases com informações desconexas.

Muitos pais e educadores podem acabar interpretando mal o atraso no desenvolvimento da fala na criança, associando o problema com outras causas. Perda auditiva em uma só orelha, ou de grau leve, também podem impactar significativamente no desenvolvimento da criança e são as mais difíceis de serem percebidas sem exames audiológicos. Em alguns casos, a alteração só é identificada na adolescência ou quando na idade adulta e muitas vezes as questões relacionadas a dificuldade de manter a atenção e/ou problemas de aprendizagem eram decorrentes da redução na audição.

O problema de assumir essa postura está no atraso do diagnóstico. Quanto antes o tratamento for iniciado, maiores as chances de um bom desenvolvimento das habilidades de comunicação, semelhantes ao de crianças ouvintes, a depender do tipo de reabilitação auditiva e grau da perda de audição.
Outras Publicações
O que procura?
Endereço Fonotom
Fale com a Fonotom